segunda-feira, 12 de julho de 2010

Santificação: um tema esquecido em tempos de extravagâncias

Nesses tempos de extravagâncias, boa parte do povo de Deus não está nem um pouco preocupada com a santificação. Os cultos não são mais para adoração e louvor do Senhor, e sim uma reunião de interesseiros querendo receber bênçãos. É claro que Deus abençoa o seu povo, por sua graça, mas o propósito de um culto a Deus, por definição, é adorá-lo na beleza de sua santidade. Por isso, continuo discorrendo sobre a necessidade de nos santificarmos. E tomo agora como base 2 Crônicas 7.14,15.

Por que devemos nos santificar?

Deus ouve as nossas orações. Quando buscamos a santificação, prevalecemos em oração. O Senhor diz: “... então eu ouvirei dos céus...” A palavra “então”, na Língua Portuguesa, é um advérbio utilizado com algumas finalidades. Uma delas é enfatizar uma reação desencadeada por uma ação anterior. Ou seja, para Deus ouvir é preciso, de acordo com o texto supracitado, se humilhar, orar, buscar a face do Senhor e se converter, atitudes que denotam santificação.
O Senhor nos perdoa. O Senhor também prometeu: “... então eu (...) perdoarei os seus pecados...” Note que Deus, antes de tudo, perdoa. Ele não diz: “sararei a sua terra e perdoarei os seus pecados”. Não! Primeiro, ele perdoa, pois, sem perdão, nenhuma bênção tem sentido. E somente a santificação possibilita o perdão de Deus, o qual resulta em renovação, pois passamos a ter a certeza de que o Senhor está ao nosso lado.
Deus faz maravilhas em nosso meio. O versículo 15 do texto em apreço mostra que a santificação franqueia o caminho para recebermos tanto as bênçãos espirituais como as materiais. Depois da santificação, os olhos e os ouvidos do Senhor ficam atentos, e as necessidades dos servos de Deus vão sendo supridas. Todas as petições passam a ser ouvidas e respondidas. É bem verdade que nem sempre Deus fala “sim”, como muitos pensam. Às vezes, ele fala “não” ou “espere”. Mas, quando nos santificamos, ele sempre responde (Jr 29.13; 33.3).
Como se percebe, a santificação só nos traz benefícios. Primeiro, ela nos faz desfrutar de comunhão com o Senhor, o que em si já é indizivelmente maravilhoso. Além disso, a quem se santifica, orando, se humilhando e, sobretudo, se convertendo de seus maus caminhos, nenhuma bênção de Deus lhe escapará! Glória a Deus!

Do que devemos nos separar?

Grosso modo, devemos nos separar do mundo, como a Palavra de Deus nos orienta em diversas passagens (1 Jo 2.15-15; Tg 4.4; Jo 15.19). Infelizmente, o mundo está tão religioso, e as igrejas tão mundanas, que quase se confundem. Às vezes, não dá para saber onde termina um e começa outro. Por isso, Paulo asseverou: “E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”, Rm 12.2.
Para se entender melhor essa separação do mundo pecaminoso, é preciso desdobrá-lo em três segmentos:
Prazeres mundanos. De fato, o mundo está repleto de prazeres efêmeros, mas, à semelhança de Moisés, devemos recusá-los: “Pela fé, Moisés (...) recusou ser chamado filho da filha de Faraó, escolhendo antes ser maltratado com o povo de Deus do que por um pouco de tempo ter o gozo do pecado; tendo por maiores riquezas o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa”, Hb 11.24-26.
Alianças mundanas. Paulo ensinou que não devemos estar presos a jugos desiguais com os infiéis (2 Co 6.14-18). No Antigo Testamento, a Lei já previa isso, no plano material, preceituando que o boi não poderia lavrar com o jumento (Dt 22.10). Há crentes que dão a desculpa de que se envolvem neste tipo de aliança com a intenção de ajudar o próximo. Todavia, não é preciso cair em um poço para salvar alguém. Basta jogar a corda.
Companheiros mundanos. Alguém dirá: “Como posso me afastar dos companheiros mundanos, se eles me procuram?” Ora, não é preciso se preocupar com isso. Basta ter uma vida espiritual ativa, que eles se afastarão. Afinal, como disse Paulo: “... que comunhão tem a luz com as trevas?”, 2 Co 6.14.

O que é consagração?

Santificação tem um fim: a consagração, pois ninguém se separa do mundo à toa. Ter uma vida consagrada implica, pelo menos, três disposições:
Considerar Jesus Senhor. Vivemos uma época em que muitos têm recebido Jesus apenas como Salvador. Mas, ele é Senhor (Fp 3.20,21; Mt 6.24)! O nome mais completo dele, no Novo Testamento, é “Senhor Jesus Cristo”. E considerá-lo Senhor significa deixá-lo ocupar tudo, além de amá-lo sobre todas as coisas.
Renúncia total. Quem quer ter uma vida consagrada precisa renunciar todas as coisas (Lc 9.23). Mas, o que é renunciar? No que diz respeito às coisas pecaminosas, é abandono. Mas, no que concerne às coisas lícitas, é relegá-las a um segundo plano. Quando Deus exigiu de Abraão o seu filho único, este não o abandonou, pois cria que Deus o poderia ressuscitar dos mortos (Gn 22; Hb 11.17,18). Ele o entregou a Deus, numa demonstração de que o seu amor ao Senhor estava acima de tudo e todos.
Pôr tudo no altar. Sim, Deus quer que coloquemos tudo no altar! O nosso “eu”, os nossos entes queridos (1 Sm 2.29; Mt 10.37), os nossos talentos, o nosso tempo, o nosso dinheiro. Tudo mesmo (Sl 103.1,2; 1 Ts 5.23)! Será que estamos dispostos a isso? Deus quer que façamos um contrato com ele. Só que um contrato diferente, o qual assinamos e deixamos o Espírito Santo escrever os termos.
Estamos, realmente, dispostos a isso? Ou os nossos interesses falam mais alto?

Nenhum comentário:

Postar um comentário

deixe o seu comentario

"a palavra de DEUS liberta"